C R Í T I C A S

Versatilidade e Sensibilidade
Após a semana de arte moderna de 1922, no Brasil, todos os artistas podem ser classificados como modernistas. Apesar disso, cada artista desenvolve o próprio estilo que o eleva a um patamar único e muitas vezes inclassificável, assim é a arte de Quim Duran.
Versátil, esse artista utiliza das mais variadas técnicas desde o clássico óleo sobre tela até caneta esferográfica e lápis de cor. A versatilidade não se limita a técnica, o estilo de Duran também é muito variado, é possível observar trabalhos influenciados pelo impressionismo, pelo expressionismo e pela arte abstrata, até mesmo um toque de surrealismo é identificado na obra O Pote.
De forma geral, todos os artistas influenciam e são influenciados, Quim Duran não é diferente, no quadro Preto Velho é possível ver traços do impressionismo, reconhecidos na pincelada solta, como também no cachimbo e nas mãos do personagem que não foram definidos pelo desenho, mas surgem na mente do observador por sugestão do artista. Aliás, a ausência de contornos nítidos é uma das grandes características da pintura impressionista.
Apesar de lembrar um quadro impressionista, a obra não pode assim ser classificada exclusivamente, porque o rosto do personagem é linear deixando transparecer as marcas do tempo e da vida sofrida que ele provavelmente teve, os olhos não são tristes ou curiosos, eles são melancólicos e bondosos, melancolia que é reforçada pelo branco dos cabelos, detalhes que transformam a composição numa poesia em forma de imagem.
Possivelmente a descrição narrada não corresponderia a impressão de outro espectador ao observar o quadro, mas é isso que torna a arte plástica tão extraordinária, pois uma mesma obra pode transmitir diferentes sensações e sentimentos de acordo com a vivência de quem a aprecia.
Elisa Silva | Colunista da Folha Metropolitana

Pílula visual: Ininterruptas perguntas
As obras de Quim Duran nos transportam para um reino próprio. É um mundo em que a expressão predomina. Suas figuras se tornam portadoras de uma linguagem de diálogos entre claros e escuros e de constituição de atmosferas misteriosas. Cada ser representado traz múltiplas indagações. A condição humana ganha questionamentos visuais e existenciais. Os trabalhos, simultaneamente, geram e respondem perguntas que estão além da representação plástica. O mergulho se dá na esfera do que a vida nos propõe a ver a jornada pessoal e a coletiva da humanidade como veredas em que a arte alinha indagações. As imagens de Quim Duran trazem assim plásticas ordenações pessoais do espaço que se multiplicam em um infinito círculo virtuoso de novas e ininterruptas perguntas.
Oscar D'Ambrosio | Crítico de Arte
C O M E N T Á R I O S

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